Tuesday, November 28, 2006

E agora?








"Não morreu... mas por instantes pensei que podia desaparecer.... e doeu me. Muito. E logo eu que pensei quequando esse dia chegasse não ia sentir nada... mas senti... senti me mal. Porque afinal existem certos laços que não se apagam. São eternos....Fui a casa dele... e as lembranças... as minhas e as dele... confundiram se entre lágrimas e sorrisos....porque é que nas alturas más... só nos lembramos das boas?
Beijoave rara" escrito dia 25 de julho de 2006


Dia 26 de novembro
Morreu, e eu tenho que lhe pedir desculpa, e dizer lhe tudo o que nunca lhe disse, e agradecer lhe uma coisa, o facto de me ter ensinado que o mais importante são as pessoas e que nunca nos devemos esquecer delas, eu esqueci me de ti pai, o homem que tu foste já não me intressa, mas o pai que foste ficou aqui dentro pai, ontem limpei te o sangue que te escorria pela face, fi lo porque tu gostavas de andar sempre impecavel e fi lo porque quis... não nos devemos lamentar pelo que não fizemos, mas sim lembrarmo nos do que concretizamos, eu sei pai, eu sei que podia ter feito mais, mas se te servir de consolo nesta altura só me lembro das tuas coisas boas, tenho medo de me esquecer delas, de quando nos levaste á serra da estrela, quando fazias o barco nas estradas de sintra, quando me ensinaste a guiar, quando me chamavas maricota e me fazias cocegas no nariz, ou simplesmente quando te chamava de pai, que aprendi ontem quando te desci á terra que era um privilegio poder faze lo. Agora choro te arrependida, queria um minuto contigo, sózinha... para ver se tinhas realmente orgulho em mim, doi me o coração a alma, doi me pensar que temos que continuar, doi me pensar que não estas aqui com o teu feitio, d0i me pensar na tua ultima noite sozinho, doi me pensar que já não te irei ver a enrolar o cabelo como o fazias quando estavas cansado, doi me saber que não te cheguei a fazer o bolo que tantas vezes pensei em fazer, doi me pensar que já não te tenho.
Não quero acreditar que já cá não estás, sei que a dor vai dar lugar á saudade e até lá, pai, o que é que eu faço??
Há laços que não se apagam e o de filha e pai é um dele, amo te, mas esqueci me de te dizer, sabes porque? Porque nunca mo deixaste fazer, ontem no teu velorio estava uma borboleta, daquelas que tu fugias, ontem finalmente deixaste a pousar sobre ti e ela finalmente mostrou te que não te fazia mal... tiveste tantas borboletas na tua vida e nunca deixaste que nenhuma se pousasse sobre ti... ontem essas borboletas choraram por ti.
Quero acreditar que estás em paz... e quero acreditar que olhas por nós dai de cima.

AMO TE pai, desculpa.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home